terça-feira, 22 de outubro de 2013

1984 - George Orwell




Embora o livro tenha um nome curso, apenas um número, um ano, ele é um livro denso e reflexivo.
O livro é uma distopia, ou seja, o autor cria uma previsão de futuro catastrófico em que o mundo está em guerra permanente entre os três grandes Estados Nação que existentes: Oceania, Eurásia e Lestásia. 
O personagem principal é o Winston Smith, que vive na Oceania e trabalha no Ministério da Verdade, cuja função é modificar o passado para que o passado não contradiga o Partido e aniquilar a cultura escrita para que não se torne fonte de questionamento. Este Partido governa a Oceania na pessoa do Grande Irmão e é dividido em Partido Interno, cujos mendos são a elite do partido e o Partido Externo, que são os trabalhadores dos ministérios. Além dos membros do Partido existe a Proles, que é nada mais nada menos que 85% da população.
Os membros do Partido não devem se entregar aos seus instintos, sendo assim, o sexo é feito com a única finalidade da procriação. Para averiguar o que faz e o que deixa de fazer os membros do Partido, em suas casas existe uma teletela, através da qual a vida de todos os membros é monitorada. A educação é realizada de uma forma a extirpar todo e qualquer desejo carnal e capacidade de questionar as afirmações do Partido. Se o Partido disser que 2 + 2 é igual a 5, é porque é.
Nosso personagem principal manusear o falseamento da verdade todos os dias no seu trabalho, então ele começa questionar o posicionamento do Partido e o livro, em partes, é a busca de Smith pela verdeira história e uma tímida tentativa de fazer parte do grupo que viria a derrubar o Partido.


O livro, ao meu ver, critica abertamente a revolução socialista e a ideia de igualdade que se defendia pelos socialistas e o tipo de "igualdade" que foi instaurada pelo regime comunista. 
Orwell nos traz uma rica reflexão sobre a sociedade e como ela é constituída. A exploração dos mais fracos pelos mais fortes, o falseamento da história para justificar sua ações e a manutenção do status quo.

George Orwell

Escritor indiano

George Orwell

25/06/1903, Bengala (Índia)
21/01/1950, Londres (Inglaterra)
Do Banco de Dados da Folha
[creditofoto]
George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 1903, em Bengala (Índia), filho de um funcionário britânico e uma francesa. Muda-se para a Inglaterra em 1911, e vai para um internato. De 1917 a 1921, estuda no Eton College, uma das mais tradicionais escolas inglesas, onde tem aulas com o escritor Aldous Huxley. Em 1922, recusa uma bolsa para a universidade e volta à Índia para trabalhar na polícia imperial.

Retorna à Inglaterra em 1928. Vivendo na pobreza - chega mesmo à mendicância -, vaga por Londres e Paris até meados de 1930. Em 1933, publica seu primeiro livro, Na Pior em Paris e Londres.

Socialista, vai para a Espanha, em 1936, lutar na Brigada Internacional em apoio ao recém-eleito governo popular. Lutando na Espanha (1938) narra suas experiências na Guerra Civil Espanhola.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Orwell trabalha como correspondente de guerra para a BBC. Em 1945, publica A Revolução dos Bichos, até hoje sua obra mais popular. Outro livro conhecido em todas as línguas é seu romance 1984 (1949), uma sátira pessimista sobre a ameaça de tirania política no futuro.

George Orwell morreu em 1950, na Inglaterra, em conseqüência de uma tuberculose. Entre outras obras, escreveu também Dias na Birmânia (1934), O Caminho de Wigan (1937) e Por Que Escrevo (1946).

Fonte: site Uol

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Olhai os lírios do campo – Érico Veríssimo

Olhai os lírios do campo – Érico Veríssimo




Érico Veríssimo foi um grande escritor gaúcho, que nasceu no Rio Grande do Sul em 1905 e, já em 1932, com apenas 27 anos publica seu primeiro livro. Em 1938 publica “Olhai os lírios do campo”, que é considerada por muitos a obra prima de Érico Veríssimo. o livro foi publicado em pelo regime ditatorial do Estado Novo e o autor tem a coragem de trazer temas altamente críticos e sociais de análise da sociedade brasileira daquele período.
A trama é situada em Porto Alegre e é ambientada na década de 1930. O personagem principal é Eugênio Fontes. Todo o romance se desenvolve em torno dele. Entretanto a figura de Olívia é tão presente na vida de Eugênio que ela passa a ser também protagonista da história. O livro é dividido em duas partes e sua narrativa não é linear A primeira parte é permeada de lembranças e é exatamente nessas lembranças que Olívia se faz presente.
A vida de Eugênio vem toda à sua mente durante uma viagem de carro e dessa forma somos convidados a conhecer sua família, sua infância pobre, sua adolescência e sua vida de acadêmico de medicina. Através de fatos selecionados, principalmente fatos que eram para Eugênio motivo de vergonha e humilhação, podemos ter uma ideia da personalidade do nosso personagem principal. Podemos também descobrir as motivações para suas escolhas ao longo da vida. A morte de Olívia faz com que Eugênio repense todas as suas convicções. Ou seja, a segunda parte do livro é uma reconciliação de Eugênio com o mundo e consigo mesmo.
As denúncias sociais feitas por Érico Veríssimo se delineia, não por confrontos abertos, ou pelo personagem principal vivenciar algum tipo de perseguição política. Mas sim, pelos diálogos travados entre os personagens secundários, na maior parte das vezes, a respeito da validade do capitalismo, a respeito do nazismo, monopólios, aborto, situação dos judeus, divórcio, Deus. Já a pobreza e a necessidade de saúde pública de qualidade são temas frequentes na segunda parte do livro. “Olhai os lírios do campo” é, portanto, um romance atual e emocionante. Realista e permeado de denúncias sociais e até mesmo morais.

Para quem quiser ler o livro: